quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ahhh, Peter...

Para ler ouvindo Clocks - Coldplay

Como tudo era mais fácil nos tempos dos nossos avós e bisavós. Naquela época, as doenças eram palpáveis: gripe, tuberculose, caxumba, papeira... Não tinha toda essa abstração que temos hoje. Doenças comportamentais, que exigem muito mais do que um simples remedinho.

Parece-me que o lema das doenças atuais é "se eu posso complicar, para quê facilitar?" Mas quero aprofundar sobre uma em especial: a Síndrome do Peter Pan.

Para quem não conhece, a fábula clássica traz a história do garoto Peter Pan, que não quer, de forma alguma, se tornar um adulto. Ele mora na Terra do Nunca, que é um lugar habitado por piratas, sereias e índios, onde a infância não passa, mas é constantemente ameaçado pelo Capitão Gancho.

Sua história,
criada por James Mattew Barrie, em 1904, já foi contada nas grandes telas dos cinemas. O psicólogo americano Dan Kiley escreveu, na década de 80, um dos maiores sucessos na linha de livros de auto-ajuda, A Síndrome de Peter Pan. Mas será que ainda hoje é possível encontrar esse fenômeno? A resposta é sim. "A síndrome é uma doença, uma predisposição de personalidade que o ambiente e a educação podem ou não acelerar", diz a psicóloga Silvana Martani.

Eu mesma conheço, que eu lembre agora, uns dois Peter Pan. Pelo que pesquisei, essa síndrome "ataca" especialmente os homens. No entanto, eu consigo entende-la. Sabe porquê? Porque quando a gente cresce e começa a ter responsabilidades como
procurar emprego, pagar contas (milhares), preocupar-se com certos atos, pensar em um monte de coisas que te deixam estressado, sofrer por alguém, pensar no futuro... Ou seja, um estresse só! Principalmente quando lembramos que na infância as únicas preocupações eram: conciliar o tempo de brincar com a hora de tomar banho e fazer o dever de casa.

É, acho que a faixa etária dos 25 aos 30 anos é a de maior crise. Pois é nela que, geralmente, se termina a universidade e começa a vida adulta de verdade. Bom, vou terminar o post de hoje com dicas para quem conhece e quer ajudar um Peter.

Como identificar e ajudar um Peter Pan

- Mantém distância de compromissos, é egoísta, narcisista, e não aceita críticas (nem as construtivas);
-
Raramente tem dinheiro e quando tem, esbanja;
-
A namorada recebe juras de "pés juntos" que é fiel, mas basta conversar com alguém que esteja chateado com ele para saber que o amado flerta com todas.

Essa síndrome tem cura através de sessões de terapia. A única coisa que libertará o Peter Pan é o amor verdadeiro. Por isso, não se deve ajudá-lo financeiramente e nem alimentar suas fantasias, e sim, incentivá-lo a estudar, a trabalhar ou a construir algo.

*Imagem from: http://www.dellorcoart.com/portfolio/animation/images/peter_pan.jpg

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